Humor sob Ataque: A Censura do Riso Ameaça a Liberdade de Expressão

A recente condenação do humorista Léo Lins pelo Poder Judiciário, após denúncia do Ministério Público Federal, reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e o papel do humor na sociedade. A decisão, que impôs uma pena de oito anos e três meses de prisão ao comediante por piadas consideradas discriminatórias, levanta sérias preocupações sobre a instrumentalização do sistema legal para silenciar vozes dissidentes e domesticar a linguagem.

Não se trata de defender o gosto duvidoso de algumas piadas, mas sim de alertar para a crescente onda de patrulhamento ideológico que busca criminalizar o humor e, por extensão, o pensamento crítico. O humor, historicamente, sempre foi uma ferramenta poderosa de crítica social, capaz de expor o absurdo no poder e revelar as contradições da sociedade. Silenciar o riso é, portanto, silenciar a dissidência e, consequentemente, a própria liberdade.

O que antes era considerado liberdade artística, amparada pelos valores da civilização ocidental, agora é rotulado como violência simbólica ou discurso de ódio. Essa mudança de paradigma tem como consequência o silenciamento progressivo de um dos instrumentos mais refinados de crítica social: o humor. Como disse Václav Havel, “o riso não exige mobilização — apenas consciência”, tornando-se uma arma poderosa contra a opressão.

O autoritarismo, em suas diversas manifestações, sempre temeu o poder subversivo do riso. Regimes totalitários, como o soviético, puniam severamente aqueles que ousavam fazer piadas sobre o governo, tratando o humor como uma ameaça direta ao poder. Hoje, essa ameaça não se apresenta com tanques, mas com discursos de virtude e inclusão, que, sob o pretexto de proteger grupos minoritários, buscam controlar a linguagem e o pensamento.

O movimento *woke*, herdeiro anabolizado do politicamente correto, assume o controle moral das instituições e da cultura, transformando a linguagem em um campo minado. Nesse cenário, fazer uma piada ou expressar uma opinião divergente se torna um ato de risco, levando à autocensura e ao medo generalizado. Defender a liberdade de expressão, portanto, é defender o direito de rir, de criticar e até mesmo de ofender, pois, como alertou Jordan Peterson, “o silêncio, quando há algo a dizer, é uma forma de mentira — e as tiranias se alimentam de mentiras”.

Fonte: http://revistaoeste.com

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