Guerras Devastam a Infância: Violência Contra Crianças Atinge Níveis Alarmantes em 2024

Um relatório alarmante da ONU revela que a violência contra crianças em zonas de conflito atingiu um pico sem precedentes em 2024. Os dados, divulgados pelo secretário-geral António Guterres, indicam um aumento de 25% nas violações graves em comparação com o ano anterior, expondo a brutal realidade enfrentada por menores em meio a guerras e instabilidade.

O relatório anual da ONU sobre crianças e conflitos armados detalha um cenário sombrio: 4.676 crianças assassinadas e 7.291 mutiladas, totalizando 11.967 vítimas diretas da violência. Além disso, foram registrados milhares de casos de negação de acesso humanitário, recrutamento forçado, sequestros e violência sexual, evidenciando a crescente vulnerabilidade da infância em áreas de conflito. A íntegra do relatório está disponível para consulta.

“Crianças foram mortas e mutiladas, muitas vezes resultando em incapacidades permanentes, em números alarmantes”, destaca o relatório, evidenciando o uso indiscriminado de armamentos e os ataques a instalações civis como escolas e hospitais. Embora grupos armados não estatais sejam responsáveis por uma parcela significativa das violações, as forças governamentais figuram como as principais perpetradoras de mortes, mutilações, ataques a escolas e hospitais, e da negação de acesso humanitário.

O estudo da ONU aponta para o Território Palestino Ocupado, República Democrática do Congo, Somália, Nigéria e Haiti como os locais com os maiores números de violações. Contudo, o Líbano, Moçambique, Haiti, Etiópia e Ucrânia registraram os maiores aumentos percentuais, sinalizando uma escalada da violência contra crianças em diferentes partes do mundo.

Um dos aspectos mais alarmantes do relatório é o aumento de 35% nos casos de violência sexual, com um “aumento drástico” nos casos de estupro coletivo. A violência sexual é utilizada como tática de guerra para exercer controle territorial, deslocar populações e atacar etnias ou gêneros específicos. Meninas são sequestradas para fins de recrutamento e escravidão sexual, o que demonstra o desrespeito à vida e à dignidade das crianças em contextos de conflito armado. A subnotificação desses casos, devido ao estigma e ao medo de represálias, agrava ainda mais a situação.

A negação do acesso humanitário também atingiu níveis alarmantes, com um número recorde de trabalhadores humanitários mortos. “As partes em conflito atacaram comboios e pessoal de ajuda humanitária, detiveram arbitrariamente pessoal humanitário, restringiram atividades e movimentos humanitários”, denuncia o relatório, revelando a grave obstrução da assistência essencial às crianças em situação de vulnerabilidade. A Agência Brasil contribuiu com informações para esta reportagem.

Fonte: http://www.poder360.com.br

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