Defesa de Braga Netto Tenta Barrar Transmissão ao Vivo de Interrogatório no STF

A defesa do general Walter Braga Netto, réu em ação que apura suposta tentativa de golpe, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o interrogatório do militar e dos demais acusados não seja transmitido ao vivo pela TV Justiça. Os depoimentos estão agendados para começar na próxima segunda-feira, 9 de junho.

A alegação da defesa é que a transmissão pública dos interrogatórios geraria uma superexposição indevida dos acusados, violando seus direitos de privacidade. Contudo, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF, já autorizou a transmissão.

Os advogados argumentam que “não é razoável que o ato mais importante de autodefesa seja realizado sob a mira de câmeras”. Eles defendem que a inquirição será alvo de escrutínio público em tempo real, o que, segundo a defesa, representa uma negação de proteção à intimidade e privacidade.

Braga Netto prestará depoimento por videoconferência, pois está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir investigações e tentar obter detalhes da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Ele foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

Moraes planeja interrogar, entre 9 e 13 de junho, o ex-presidente Bolsonaro, Braga Netto e outros seis réus acusados de integrarem o “núcleo crucial” de um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.

A defesa de Braga Netto classificou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como “fantasiosa” e “fruto de uma criatividade intelectual do Ministério Público”. O advogado José Luis Oliveira Lima, em entrevista à CNN Brasil, afirmou que a denúncia não especifica qual crime Braga Netto teria cometido, baseando-se apenas nas declarações de Mauro Cid.

“A denúncia não descreve de que forma, como, quando, quais foram os atos criminosos praticados pelo meu cliente”, alegou Oliveira Lima. A defesa também critica a falta de acesso integral aos autos do processo, alegando que só recentemente tiveram acesso a informações cruciais, o que consideram “surreal” e prejudicial ao direito de defesa.

Fonte: http://revistaoeste.com

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