O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 60 dias o inquérito que apura um suposto esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão atende a um pedido da Polícia Federal (PF), que investiga o caso sob sigilo. A prorrogação visa aprofundar a análise de documentos e dados financeiros já coletados.
As investigações, que envolvem suspeitas de corrupção, têm como foco lobistas, desembargadores de Mato Grosso e ex-servidores de gabinetes do STJ, incluindo o do ministro Paulo Moura Ribeiro. A complexidade do esquema, segundo a PF, exige mais tempo para análise e pode até mesmo levar a novas descobertas que justifiquem a competência do STF no caso.
A Polícia Federal justificou o pedido de prorrogação, afirmando que as análises financeiras em andamento revelaram “indícios de fatos com potencial de alterar a profundidade das hipóteses criminais”. A corporação ressaltou que o esquema investigado se mostrou mais sofisticado e complexo do que o inicialmente imaginado.
Além do gabinete do ministro Paulo Moura Ribeiro, as investigações também abrangem os gabinetes dos ministros Isabel Gallotti, Og Fernandes e Nancy Andrighi, embora não sejam alvos diretos. As apurações revelaram movimentações financeiras atípicas, como a identificação de um motorista que recebeu R$ 2,6 milhões de uma empresa ligada a um lobista apontado como articulador do esquema.
O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, considerado peça-chave no esquema, está preso na Penitenciária Federal de Brasília. Sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues, cumpre prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. Uma das linhas de investigação apura a suspeita de que Andreson realizava lavagem de dinheiro por meio de transferências a terceiros e saques em espécie.
Fonte: http://revistaoeste.com