Venezuela: Boicote da Oposição e Acusações de Fraude Marcam Eleições Locais com Favoritismo Chavista

A Venezuela volta às urnas neste domingo, menos de um ano após a polêmica eleição presidencial de 2024, marcada por alegações de fraude generalizada. O pleito definirá os governadores dos 24 estados, os 285 deputados federais e os legisladores estaduais, em um cenário de crescente desconfiança no sistema eleitoral.

Uma particularidade desta eleição é a inclusão da disputa pelo governo da região de Essequibo, um território sob controle da Guiana, mas intensamente reivindicado pela Venezuela. Essa disputa adiciona uma camada de complexidade ao já tenso clima político venezuelano.

Diante da alta probabilidade de abstenção, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Nicolás Maduro, é o favorito para vencer com folga. A líder da oposição, María Corina Machado, tem instigado a população a boicotar o processo eleitoral, argumentando que “votar serviria apenas para legitimar uma ditadura mascarada de democracia”.

Enquanto a oposição se retira da disputa, Maduro intensifica sua campanha, buscando eleger seu filho, Nicolás Maduro Guerra, como deputado em Caracas. A baixa expectativa de participação reflete o desencanto da população com o processo político, como ilustra Carmen Medina, vendedora em Caracas: “Perdemos a confiança no voto. Em 28 de julho zombaram da gente. Não pretendo votar”.

Pesquisas indicam que apenas uma pequena parcela do eleitorado pretende comparecer às urnas, com a maioria desses inclinada a votar nos candidatos do PSUV. O sociólogo Roberto Briceño, diretor do Laboratório de Ciências Sociais, resume o sentimento generalizado: “As pessoas vivem com uma tristeza persistente. Sentem que fizeram a sua parte e não adiantou”, evidenciando o desafio de restaurar a confiança no processo democrático no país.

Fonte: http://revistaoeste.com

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