O Partido dos Trabalhadores (PT) impediu a candidatura de Dani Nunes, turismóloga trans, negra e residente do Rio de Janeiro, à presidência nacional da legenda. A decisão gerou forte reação, com Dani Nunes acusando o partido de “violência política de gênero e de raça”. O caso levanta debates sobre diversidade e inclusão dentro da sigla.
A candidatura de Dani Nunes foi indeferida sob a alegação de não cumprimento do regulamento eleitoral interno. Segundo as regras do PT, cada candidato deve apresentar um mínimo de cinco assinaturas de membros do Diretório Nacional. Embora Dani tenha inicialmente alcançado o número necessário, uma das assinaturas foi posteriormente retirada, invalidando sua candidatura.
Dani Nunes recorreu da decisão, argumentando que o regulamento não prevê a remoção de apoios após o prazo de inscrição. Ela afirma que a anulação de sua candidatura fere o princípio da boa-fé e desconsidera a representatividade de grupos sociais que se identificam com o PT. A candidata expressou sua frustração: “Fui surpreendida depois de vibrar de alegria. Meu chão ruiu”.
A candidata estabeleceu um paralelo entre seu caso e um episódio recente envolvendo a ministra do TSE, Vera Lúcia, que foi inicialmente impedida de acessar um evento da Presidência. Dani Nunes relatou que se sentiu igualmente desrespeitada, encontrando apoio em diversas comunidades: “Tive a sorte de contar com negros, indígenas, LGBTQIAs e antirracistas que me apoiaram”.
A corrente interna Raízes do PT, da qual Dani Nunes faz parte, emitiu uma nota classificando a decisão como “arbitrária e injusta”. O grupo também criticou o fato de a eleição prosseguir com apenas quatro candidatos homens brancos, reiterando as acusações de discriminação. Em contrapartida, o PT defende que a decisão seguiu as regras internas do partido, com a eleição agendada para julho.
Fonte: http://revistaoeste.com