O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Pochmann, defendeu o mapa-múndi invertido divulgado pela instituição, minimizando as críticas que surgiram após a apresentação. A representação, que coloca o Sul Global em destaque, provocou reações diversas, desde questionamentos técnicos até ironias nas redes sociais e no mercado financeiro.
Pochmann, em entrevista à Folha de S.Paulo, argumentou que a inversão não apresenta erros, justificando a escolha com a forma esférica do planeta. “Não há nada de errado, já que o planeta é redondo”, afirmou o presidente do IBGE, ressaltando que a prática de centralizar o Brasil no mapa, dentro da perspectiva do Sul Global, já é adotada desde 2016.
Segundo o presidente, a decisão de utilizar o mapa invertido partiu de considerações técnicas, visando a contestar a tradicional centralização europeia presente em muitos mapas históricos. “A representação com a qual estamos acostumados centraliza a Europa. A referência vem dos primeiros mapas do mundo, feitos no século 16”, explicou Pochmann, mencionando movimentos que defendem a mudança desde a década de 1940.
As críticas, no entanto, não tardaram. Marcelo Cerize, CEO da corretora de investimentos Lev, ironizou a situação ao publicar um gráfico do EWZ – índice que reflete a atratividade da Bolsa de Valores do Brasil no exterior – de cabeça para baixo, ilustrando o debate gerado pela iniciativa do IBGE.
A polêmica reacendeu discussões sobre representações geográficas e a importância de diferentes perspectivas na análise do mundo. Vale lembrar que em abril de 2024, o IBGE já havia sido criticado por erros na nona edição do Atlas Geográfico Escolar, o que reforça a necessidade de rigor técnico e atenção aos detalhes na produção de materiais didáticos.
Fonte: http://agoranoticiasbrasil.com.br