O Movimento Brasil Livre (MBL) anunciou a expulsão do vereador de Curitiba, João Bettega (União), em uma decisão unânime que desencadeou uma onda de renúncias entre seus nove assessores parlamentares. A medida drástica expõe uma profunda crise interna, marcada por acusações de traição e divergências sobre a postura política do vereador.
Segundo comunicado assinado por Renan Santos, coordenador nacional do MBL, a expulsão foi motivada por uma série de fatores, incluindo a alegada “traição”, a falta de engajamento político considerado produtivo e a suposta negligência em relação a irregularidades cometidas pelo PL em Curitiba. As críticas de Santos revelam o tom amargo da ruptura.
A decisão de expulsar Bettega foi precedida por um período de intensas discussões internas, nas quais o MBL tentou dialogar com o vereador, sem sucesso. “O vereador ignorou todos os apelos e chamamentos à razão”, afirmou Renan Santos, evidenciando a falta de consenso que culminou na expulsão.
A gota d’água para o MBL foi uma entrevista em que Bettega demonstrava apoio à agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, atitude vista como uma afronta aos princípios do movimento. A coordenador estadual do MBL no Paraná, Willian Rocha, lamentou o episódio, descrevendo a gestão do mandato como “frustrada por um parlamentar com rigidez intelectual, pouquíssimo produtivo e muito individualista”.
Em contrapartida, João Bettega nega as acusações e afirma ter sido alvo de ameaças por parte de assessores. Segundo o vereador, um dos seus assessores o teria ameaçado, dizendo: “se não for para resolver no carinho, será no ódio”. Ele alega ter buscado apoio da direção do MBL, mas não obteve respaldo, o que culminou em sua expulsão. A crise expõe tensões internas e levanta questões sobre o futuro político de Bettega e a coesão do MBL.
Fonte: http://revistaoeste.com