O governo dos Estados Unidos, sob a administração Trump, elevou a tensão diplomática com o Brasil ao revogar os vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de seus familiares e de pessoas próximas. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, nesta sexta-feira (18/7), desencadeando uma nova onda de debates sobre a independência judicial e a soberania nacional. A medida, de acordo com Rubio, é uma resposta à atuação de Moraes em processos considerados, pelo governo americano, como atos de censura e perseguição política.
A justificativa central para a revogação, segundo Rubio, reside no posicionamento do ex-presidente Donald Trump, que defendia a responsabilização de estrangeiros envolvidos na censura à liberdade de expressão, um valor considerado fundamental nos Estados Unidos. “Ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados na corte, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”, declarou Rubio em suas redes sociais, sinalizando a firmeza da decisão. A ação ocorre em um momento sensível, com o STF conduzindo investigações que envolvem figuras políticas de destaque no Brasil.
Coincidentemente, no mesmo dia da revogação dos vistos, o ministro Alexandre de Moraes impôs novas medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros investigados e recolhimento domiciliar noturno. Essa sequência de eventos adiciona uma camada extra de complexidade à situação, levantando questionamentos sobre a motivação e o timing da decisão americana.
Rubio chegou a classificar os processos conduzidos pelo STF contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”, um termo já utilizado anteriormente por Trump para criticar o Judiciário brasileiro. Essa crítica ecoa o descontentamento de aliados do ex-presidente brasileiro em relação às investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e a suposta tentativa de golpe de Estado. A medida, portanto, pode ser interpretada como um apoio velado ao ex-presidente brasileiro e uma crítica à condução do sistema judiciário no país.
Até o momento, nem o Itamaraty, órgão responsável pela política externa brasileira, nem o Supremo Tribunal Federal emitiram um posicionamento oficial sobre a revogação dos vistos. O silêncio das instituições brasileiras indica a complexidade da situação e a necessidade de uma análise cuidadosa antes de qualquer manifestação. A escalada da tensão diplomática entre os dois países levanta incertezas sobre o futuro das relações bilaterais e a cooperação em diversas áreas.
Fonte: http://vistapatria.com.br
