Em um cenário de crescente preocupação, a Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações, acumula um prejuízo de R$ 256 milhões em 2024. A empresa, que não foi privatizada no governo Bolsonaro, agora sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, planeja aumentar significativamente o número de cargos comissionados, passando de 56 para 88, gerando controvérsia.
A medida, que tem impacto financeiro estimado em R$ 12,3 milhões anuais, eleva o percentual de cargos comissionados na estatal para 19%. Esse valor é quatro vezes superior à média de 5% observada em outras estatais federais, o que despertou a atenção do Ministério Público do Trabalho, que já moveu uma ação civil pública contra a Telebras.
A nomeação de André Leandro Magalhães para a presidência da Telebras, em maio, também é alvo de debate. A indicação partiu do União Brasil, partido com forte influência na estatal, especialmente através do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
A Telebras justifica a ampliação dos cargos comissionados como uma necessidade de reforçar sua equipe técnica para atender às demandas de diversos órgãos públicos. A estatal alega que, mesmo após a convocação de aprovados em concursos anteriores, setores estratégicos permaneceram carentes de profissionais.
Contudo, a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) classificou a proposta como “temerária”, apontando para o aumento desproporcional de cargos comissionados. Apesar da crítica, a Telebras defende que está em processo de recuperação desde 2023, com redução de prejuízos e crescimento no caixa, buscando fortalecer sua capacidade operacional.
Fonte: http://revistaoeste.com
