A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enfrenta uma nova onda de turbulência. A Intelis, união que representa os profissionais de inteligência do estado, divulgou uma nota contundente nesta terça-feira (17.jun.2025), exigindo a imediata exoneração do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e de toda a cúpula da instituição. A pressão surge em resposta ao recente indiciamento de Corrêa pela Polícia Federal.
O indiciamento do diretor-geral está relacionado ao inquérito que apura a existência de uma suposta “Abin paralela”. A Polícia Federal acusa Corrêa de tentar obstruir as investigações em curso. Além dele, figuras proeminentes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro e o ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem, também foram formalmente indiciados no mesmo caso.
A Intelis, em sua nota, expressa forte indignação com a situação. “É inadmissível que indivíduos sobre quem pesam acusações graves de obstrução de Justiça continuem ocupando cargos de comando na Abin”, afirma um trecho do documento. A entidade argumenta que a mesma lógica utilizada para afastar outros funcionários citados nas investigações deve ser aplicada ao diretor-geral.
Adicionalmente, a Intelis critica a gestão da Abin sob o comando de delegados da Polícia Federal, alertando o governo sobre os riscos dessa abordagem. A união ressalta que a nomeação de Ramagem para a direção-geral da agência, após ter sido impedido de assumir o comando da Polícia Federal, demonstra um processo de “desmonte da Inteligência de Estado”.
Luiz Fernando Corrêa foi nomeado diretor-geral da Abin em maio de 2023, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso da “Abin paralela”, investigado pela Polícia Federal, revelou um esquema de espionagem de adversários políticos durante a gestão Bolsonaro, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), congressistas e jornalistas, supostamente coordenado por Ramagem.
Fonte: http://www.poder360.com.br