Delação em Risco: Mauro Cid é Acusado de Mentir ao STF e Violar Termos de Acordo, Revela Veja

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, é acusado de fornecer informações falsas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e descumprir determinações do ministro Alexandre de Moraes. A denúncia foi divulgada pela revista *Veja*, que alega ter tido acesso a mensagens atribuídas ao militar.

Cid firmou acordo de colaboração premiada com a Justiça, buscando benefícios em troca de informações sobre um suposto plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No início desta semana, o STF iniciou o interrogatório dos réus acusados de envolvimento na tentativa de golpe, com Cid sendo o primeiro a depor.

Durante o depoimento, Cid teria demonstrado hesitação e, em diversas ocasiões, alegado falta de memória, repetindo trechos de depoimentos anteriores à Polícia Federal. Em resposta a perguntas, inclusive do advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, ele negou o uso de redes sociais durante o período de restrição judicial e demonstrou incerteza sobre a propriedade de um perfil específico.

Segundo a *Veja*, o perfil em questão teria sido usado por Cid para trocar mensagens com pessoas próximas a Bolsonaro, apresentando uma versão dos fatos diferente daquela fornecida à PF. As mensagens, supostamente trocadas entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024, indicariam a violação de pelo menos duas determinações do STF: a proibição de contato com outros investigados e o uso de redes sociais.

As mensagens revelariam, ainda, que Cid expressava dificuldades com os depoimentos e acusava o delegado responsável de manipular suas falas. Além disso, ele teria afirmado que “o STF está todo comprometido” e que a salvação viria apenas do “Pacheco ou o Lira”. A delação premiada exige a veracidade das informações prestadas, e a quebra desse compromisso pode acarretar a anulação dos benefícios concedidos.

Apesar das aparentes contradições, Cid reafirmou em depoimento ao STF ter presenciado reuniões entre Bolsonaro e militares onde se discutiram medidas para impedir a posse de Lula. Ele também relatou que o ex-presidente acreditava em fraude nas urnas e que o então comandante da Marinha teria colocado tropas à disposição de Bolsonaro. O Ministério Público avalia que os relatos, somados a outras provas, indicam uma tentativa de golpe.

Fonte: http://revistaoeste.com

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