O relatório final da CPI das Bets, apresentado nesta terça-feira, solicita o indiciamento de 16 pessoas e empresas, incluindo as influenciadoras digitais Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra, figuras de grande alcance nas redes sociais. A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke, acusa as influenciadoras de envolvimento em crimes como propaganda enganosa, estelionato e lavagem de dinheiro. A utilização de plataformas de apostas sem a devida autorização legal também é mencionada no documento.
De acordo com o relatório, existem indícios suficientes para processar Virgínia e Deolane pelos crimes apontados. A justificativa principal reside na promoção de apostas online de forma enganosa, explorando a credibilidade das influenciadoras junto a seus milhões de seguidores. A CPI alega que essa prática induz os usuários ao erro, configurando a obtenção de vantagem indevida.
Virgínia Fonseca, durante audiência na CPI, admitiu o uso de contas falsas para simular ganhos em jogos online, prática que impulsionava a adesão de seus seguidores às plataformas de apostas. “A atuação de influenciadores em redes sociais não é como uma publicidade qualquer. Ela é baseada na credibilidade que deriva de uma suposta atuação real dessas pessoas”, declarou a relatora Soraya Thronicke.
A relatora também aponta que Virgínia estabeleceu acordos com empresas de apostas, recebendo 30% do valor perdido por seus seguidores que utilizassem seus links de divulgação. Essa prática, apelidada de “cachê da desgraça alheia”, é considerada abusiva e incentivadora da persuasão dos influenciadores sobre seus seguidores.
Já Deolane Bezerra é acusada de operar plataformas online de apostas sem a devida autorização do Ministério da Fazenda. A CPI sustenta que a empresa ligada à influenciadora anuncia falsamente possuir autorização para operar, configurando, em tese, crime de estelionato. A relatora Soraya Thronicke suspeita que Deolane oculta sua ligação com a plataforma.
“A ocultação da verdadeira condição de Deolane na empresa, que se viu representada por possíveis ‘laranjas’, com repasses a título de propaganda, pode caracterizar, também, o delito de lavagem de dinheiro”, acrescentou a relatora no relatório. Até o momento da publicação desta notícia, as influenciadoras não se manifestaram sobre as acusações. A Agência Brasil aguarda o posicionamento de ambas.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br