Pressão no Congresso: PT Rejeita Cortes em Programas Sociais para Compensar Perda com IOF

A bancada do PT manifestou forte resistência ao governo em relação às alternativas propostas para compensar a possível redução nas alíquotas do IOF. Deputados petistas sinalizaram insatisfação com a ideia de promover mudanças em áreas sensíveis como gastos sociais. A principal objeção é quanto à desvinculação do salário mínimo do BPC e à revisão dos pisos constitucionais da saúde e da educação.

A insatisfação da bancada petista coloca em xeque a estratégia do governo, que busca alternativas para equilibrar as contas públicas sem onerar a população. As propostas de alteração em gastos sociais, apresentadas pela cúpula da Câmara, ainda estão sob análise do Palácio do Planalto. Contudo, aliados do presidente Lula indicam que ele ainda não tomou uma decisão definitiva sobre o tema.

Deputados do PT argumentam que mexer nesses pontos, especialmente em ano pré-eleitoral, seria politicamente arriscado. Eles questionam qual seria o discurso de Lula em uma eventual campanha pela reeleição se o governo apoiasse medidas que pudessem comprometer o financiamento da saúde e da educação.

Apesar da resistência em relação à saúde e educação, a bancada do PT parece mais aberta a discutir limites para o crescimento dos repasses da União ao Fundeb. A ideia seria reduzir o ritmo de expansão desses gastos, desde que não haja diminuição do patamar atual. Em 2025, a previsão é que o gasto da União com o Fundeb chegue a R$ 58,8 bilhões, um aumento de 18,3% em relação a 2024.

Diante do impasse, o governo busca construir um consenso com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para aumentar as chances de aprovação das medidas no Congresso. Lula também defende o corte de isenções tributárias como uma alternativa para aliviar as contas públicas, como declarou em entrevista: “Todo benefício que damos ao setor produtivo e empresários, você dá por um ano. Quando quer tirar, é muito difícil. Eles querem que seja permanente”.

Em meio às discussões, o presidente da Câmara, Hugo Motta, sugeriu que as medidas de ajuste fiscal sejam incluídas na proposta de reforma administrativa, coordenada pelo deputado Pedro Paulo. No entanto, petistas temem que a reforma se transforme em uma agenda liberal que prejudique os trabalhadores, com pressão de partidos do Centrão por um ajuste fiscal mais agressivo.

Fonte: http://www.poder360.com.br

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