Uma pesquisa recente do Ranking dos Políticos revelou um forte ceticismo no Congresso Nacional em relação à estratégia de compensação fiscal proposta pelo governo Lula. A maioria dos parlamentares acredita que o plano, em sua forma atual, não garante o equilíbrio orçamentário e dificilmente será aprovado sem alterações significativas.
O levantamento, realizado entre 15 e 18 de abril, consultou deputados e senadores sobre suas percepções das propostas econômicas do governo. A tributação de rendas acima de R$ 50 mil, por exemplo, é vista com reservas, com apenas um terço dos deputados (33,3%) e 35,7% dos senadores acreditando que ela compensará a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.
Além disso, a proposta de taxação de dividendos também gera preocupações. Metade dos deputados e 46,4% dos senadores veem risco de bitributação. “Há uma percepção clara de que a proposta atual não se sustenta politicamente como está”, aponta o estudo, sinalizando a necessidade de revisões profundas para sua aprovação.
Em contrapartida, a redução de renúncias tributárias surge como a medida mais viável para conter gastos, com apoio de 72,1% dos deputados e expressivos 92,9% dos senadores. Surpreendentemente, até mesmo o corte de subsídios do Plano Safra, dado o peso da bancada do agronegócio, obteve aprovação considerável.
Para melhorar a imagem e popularidade do governo, a maioria dos deputados aposta em um reajuste do salário mínimo acima da inflação, enquanto os senadores priorizam a ampliação do acesso ao crédito. A pesquisa, que ouviu 111 deputados e 28 senadores de diversos partidos, conclui que há mais espaço político para medidas de impacto moderado com forte apelo social.
Fonte: http://revistaoeste.com