Crise no Instituto Histórico do DF Expõe Disputas por Terreno Milionário e Gestão

O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHGDF), tradicional instituição brasiliense fundada em 1964, enfrenta uma crise interna que expõe divergências administrativas e questionamentos sobre a gestão de seu valioso patrimônio. Diretores acusam o presidente, Paulo Castelo Branco, de centralizar decisões e negligenciar o compartilhamento de informações essenciais, prática que estaria ocorrendo desde o início de 2025. A disputa interna levanta preocupações sobre o futuro do instituto e o uso de seus recursos.

A discórdia se concentra em um terreno de 25.000 m² localizado em área nobre de Brasília, doado pelo governo distrital na década de 1970. Avaliado em cerca de R$ 60 milhões, caso a restrição de uso fosse eliminada, o terreno tem despertado o receio de diretores quanto a possíveis negociações para mudança de sua destinação. O presidente nega qualquer intenção de alterar o uso do terreno, mas a falta de transparência alegada pelos diretores alimenta a desconfiança.

Outro ponto de atrito é a situação da escola Cresça, instalada no terreno do IHGDF há décadas. Uma ação de despejo movida pelo instituto, embora inicialmente favorável, foi suspensa por liminar, interrompendo o pagamento do aluguel mensal de R$ 36.000. A disputa judicial agrava a já delicada situação financeira do instituto e intensifica as críticas à gestão de Castelo Branco.

A captação de recursos também é motivo de controvérsia. Um convênio de R$ 1,2 milhão com o governo do Distrito Federal, encerrado em junho de 2025, e uma proposta de novo convênio, com valor maior (R$ 1,8 milhão), geram debates sobre a necessidade de discussão conjunta dos detalhes. Segundo o secretário-geral do instituto, Hugo Studart, “essa gestão secreta nos leva a concluir que se busca ocultar algo irregular ou ilegal”.

Em contrapartida, o presidente Paulo Castelo Branco defende sua autonomia na gestão e atribui os conflitos à resistência dos diretores em reconhecer suas prerrogativas. Alega que as divergências surgiram após o início do convênio com o governo distrital, responsável por custear as atividades do instituto. Castelo Branco também afirma que as discussões com o governo sobre o terreno visam regularizar a escritura e viabilizar a construção da sede definitiva do IHGDF, conforme o projeto original.

Fonte: http://www.poder360.com.br

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