Os investimentos da China no Brasil registraram um salto expressivo em 2024, alcançando US$ 4,18 bilhões, um aumento de 113% em relação ao ano anterior. Os dados, divulgados pelo Centro Empresarial Brasil-China (CEBC) nesta quinta-feira (4), revelam o maior volume de investimentos desde 2021, quando o país recebeu US$ 5,9 bilhões, conforme detalhado em reportagem do Poder360.
Naquele ano, o setor de petróleo impulsionou o crescimento, juntamente com a retomada das atividades após o período mais crítico da pandemia. O relatório do CEBC aponta para uma aceleração constante do fluxo de capital chinês para o Brasil nos últimos anos, com um aumento de 33% já registrado em 2023 sobre 2022. O desempenho de 2024 consolida um ciclo de recuperação e expansão nas relações econômicas bilaterais.
A proximidade diplomática entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e a China é vista como um fator favorável aos investimentos. Contudo, analistas do CEBC ressaltam que as decisões de investimento permanecem, em sua maioria, baseadas em critérios técnicos, como segurança jurídica e potencial de retorno. “A política externa conta, mas não é o mais importante”, destaca o relatório.
O setor de energia elétrica liderou os investimentos em 2024, totalizando US$ 1,43 bilhão, o que corresponde a 34% do total e representa um crescimento de 115% em relação ao ano anterior. A indústria de veículos também se destaca, ocupando o terceiro lugar com US$ 575 milhões investidos no período, embora com um aumento mais modesto de 1%.
Em um contexto global, o Brasil superou os Estados Unidos, que receberam US$ 2,23 bilhões da China em 2024, uma queda de 11% em relação a 2023. A América Latina, excluindo o Brasil, registrou uma redução de 8,4% nos investimentos chineses no mesmo período. Globalmente, os investimentos da China cresceram 11% em 2024 em comparação com o ano anterior.
De acordo com o China Global Investment Tracker (CGIT), o Reino Unido liderou como principal destino dos investimentos chineses no mundo em 2024, com US$ 4,6 bilhões. O Brasil ocupa a 6ª posição com US$ 3,21 bilhões, um valor inferior ao divulgado pelo CEBC, pois o CGIT considera apenas operações acima de US$ 100 milhões.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br