Os Estados Unidos realizaram, nesta quarta-feira (3.set.2025), uma audiência crucial em Washington D.C. sobre a investigação comercial aberta contra o Brasil. O foco da apuração são supostas práticas comerciais desleais, com destaque para o sistema de pagamentos Pix e o comércio informal na Rua 25 de Março, em São Paulo. A iniciativa, que pode escalar as tensões comerciais entre os dois países, é acompanhada de perto pelo governo brasileiro e por diversos setores da economia.
A audiência, conduzida pelo USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA), tem como base a Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974. Essa legislação permite a investigação de práticas comerciais estrangeiras consideradas injustas, abrindo caminho para a imposição de tarifas adicionais ou a suspensão de benefícios comerciais. A medida, já utilizada contra outros grandes parceiros comerciais dos EUA, serve como instrumento de pressão para a alteração de políticas comerciais.
O processo investigativo foi desencadeado por determinação do então presidente Donald Trump, que enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de julho, acompanhada da imposição de uma sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras. A medida gerou forte reação no Brasil, que contesta a legitimidade do processo e nega as acusações de práticas comerciais desleais.
Durante a audiência, 41 entidades tiveram a oportunidade de apresentar seus argumentos, incluindo empresas brasileiras como Embraer e Weg, confederações setoriais e organizações norte-americanas ligadas a diversos setores, como algodão, carne, milho, café e etanol. Cada representante dispôs de cinco minutos para se pronunciar, com a possibilidade de perguntas adicionais por parte do comitê.
O governo brasileiro, embora presente na audiência, optou por não fazer um pronunciamento oral, conforme noticiado pelo *Estadão*. No entanto, em 18 de agosto, o governo Lula já havia respondido aos EUA, defendendo que o Pix visa à segurança do sistema financeiro e não discrimina empresas estrangeiras, além de refutar as acusações de concorrência desleal. O desfecho da investigação e suas potenciais consequências para as relações comerciais entre Brasil e EUA permanecem incertos.
Fonte: http://www.poder360.com.br