A iniciativa do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), em promover uma anistia para Jair Bolsonaro (PL) e outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro, tem intensificado as tensões no cenário político nacional. A pressão agora se volta para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que, diante do apoio crescente à proposta, admite ser “quase inevitável” a votação no plenário.
No dia 7 de agosto, Caiado reuniu governadores e formalizou a defesa de uma anistia ampla, marcando o distanciamento do União Brasil do governo Lula. A medida incentivou PP e Republicanos a se juntarem ao movimento, selando o rompimento com o Planalto para 2026, segundo parlamentares presentes nas negociações.
A assessoria de Hugo Motta reconhece a pressão em torno da pauta, embora não haja data, texto ou relator definidos. Internamente, avalia-se que a articulação liderada por Caiado desestabilizou o equilíbrio político no Congresso, tornando a discussão praticamente inevitável.
Em resposta, o PT manifestou forte oposição. O líder da bancada na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou a movimentação como um “golpe” e um desrespeito à Constituição, especialmente no contexto do julgamento de Bolsonaro. “No momento em que todo o Brasil tem a expectativa de condenação e prisão de Jair Bolsonaro, aqui no parlamento, com articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, os maiores partidos anunciam que, acabado o julgamento, vão colocar para votar a anistia”, declarou em vídeo.
Lindbergh Farias ressalta que há decisões do STF que impedem a anistia para crimes contra o Estado democrático de direito. A frente de esquerda, nos bastidores, planeja recorrer ao Supremo Tribunal Federal em um confronto direto com a articulação de Caiado e partidos do centrão, acirrando ainda mais o debate político.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br