Em depoimento ao Senado, o ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, Eduardo Tagliaferro, revelou que aliados do ministro Alexandre de Moraes, então presidente da Corte Eleitoral, solicitavam relatórios de monitoramento.
Tagliaferro detalhou que a UFRJ, a UFMG e a Agência Lupa estavam entre os parceiros de Moraes que faziam esses pedidos. Segundo ele, o escopo do monitoramento era amplo, abrangendo desde críticas a ministros do STF e instituições até comentários sobre as urnas eletrônicas, as eleições e o próprio presidente Lula.
O ex-integrante do TSE explicou que, embora os relatórios fossem entregues seguindo os trâmites legais, os pedidos para sua produção eram feitos de maneira informal. “Os pedidos vinham por grupos de WhatsApp ou por conversas paralelas”, afirmou Tagliaferro, indicando uma possível tentativa de acelerar o processo.
Diante do cenário, Tagliaferro, atualmente residindo na Itália, expressou temor por sua segurança, especialmente após o pedido de extradição feito por Moraes. Ele é acusado de vazar conversas internas de servidores do STF e do TSE.
Em entrevista anterior à Revista Oeste, Tagliaferro já havia manifestado receio de retornar ao Brasil, alegando temer represálias. Durante o depoimento no Senado, ele reiterou seu medo, afirmando estar disposto a colaborar com a verdade, desde que sua integridade física seja garantida.
Fonte: http://revistaoeste.com
