O governo brasileiro se prepara para um cenário de tensões crescentes com os Estados Unidos, em decorrência do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação é de que uma eventual condenação de Bolsonaro poderá desencadear uma nova onda de sanções por parte do governo americano.
O julgamento, que terá início na próxima terça-feira, analisará as acusações contra o núcleo central de envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o principal articulador das ações que visavam mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Fontes da administração Trump indicaram que acompanharão de perto o desenrolar das audiências, um nível de atenção incomum para julgamentos do STF. Segundo informações, uma série de medidas estão sendo consideradas em Washington, incluindo sanções financeiras a membros do STF, restrições de vistos e ajustes nas tarifas de importação de produtos brasileiros.
Em julho, o governo americano já havia sancionado o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, com base na Lei Magnitsky. O exato alcance das novas medidas dependerá exclusivamente da decisão de Trump, que já se manifestou em defesa de Bolsonaro e criticou o processo judicial como uma “caça às bruxas”.
Paralelamente, aliados de Bolsonaro nos EUA, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o comentarista político Paulo Figueiredo, intensificaram os esforços para influenciar a Casa Branca. O governo Lula, por sua vez, avalia medidas de retaliação, mas reconhece que a implementação de sanções recíprocas é um processo demorado, com efeitos práticos previstos apenas para o futuro.
Fonte: http://revistaoeste.com
