O TikTok anunciou neste sábado (30.ago.2025) a suspensão das transmissões ao vivo em sua plataforma na Indonésia, país com mais de 100 milhões de usuários ativos. A medida drástica foi tomada em resposta à escalada de protestos que varrem o país, motivados por insatisfação com o aumento salarial de parlamentares e acusações de violência policial. Os atos já deixaram um rastro de destruição e, lamentavelmente, ao menos três mortos.
As manifestações tiveram início em Jacarta, na segunda-feira (25.ago), após a divulgação de que os 580 membros do parlamento indonésio receberiam um aumento salarial de 33%, elevando seus ganhos mensais para aproximadamente US$ 14.000. Em um contexto de severa crise econômica, o anúncio provocou indignação generalizada entre a população, que se sente lesada e desamparada pelo governo.
A situação se agravou após a morte de um mototaxista do aplicativo GoJek, atropelado por uma viatura policial durante um protesto na capital. O incidente, registrado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais, inflamou ainda mais a revolta popular, intensificando a pressão sobre as autoridades e as demandas por justiça.
Na sexta-feira (29.ago), os protestos atingiram um ponto crítico. Em Macasar, no sul da ilha de Célebes, manifestantes lançaram coquetéis molotov contra um prédio governamental, que foi consumido pelas chamas. “Três pessoas morreram presas no local e outras ficaram feridas ao tentar escapar”, relatam fontes locais. Em Jacarta, delegacias foram atacadas e a residência de um parlamentar foi invadida e saqueada. Confrontos também foram registrados em Bali, Java e Lombok.
Diante do cenário de caos e instabilidade, o TikTok justificou a suspensão temporária das transmissões ao vivo como uma medida preventiva para evitar que a plataforma seja utilizada para incitar ainda mais a violência. Paralelamente, o governo indonésio tem pressionado as plataformas de tecnologia a intensificarem a moderação de conteúdo, alegando que informações falsas e discursos de ódio têm contribuído para a escalada dos conflitos.
O presidente Prabowo Subianto, do Partido Gerindra, cancelou uma viagem oficial à China em meio à crise. Ele apelou à calma da população e prometeu uma investigação rigorosa sobre a morte do mototaxista, garantindo que os sete policiais envolvidos serão responsabilizados por seus atos. A crise política e social na Indonésia segue em desenvolvimento, com desdobramentos imprevisíveis.
Fonte: http://www.poder360.com.br
