Um repórter fotográfico da agência oficial chinesa Xinhua News Agency foi detido na última quarta-feira, 27, enquanto documentava as obras de reforma no Porto de Outeiro, em Belém. O terminal portuário está sendo preparado para a Conferência Mundial sobre as Mudanças Climáticas (COP30), agendada para novembro. O incidente ocorreu na Praia de Brasília, no distrito de Outeiro, onde as intervenções estão em andamento.
De acordo com a Polícia Federal, a detenção se deu porque o jornalista “adentrou área alfandegária de acesso restrito”. O profissional foi conduzido à sede da PF e liberado por volta das 14h. A corporação informou em nota que “o fotógrafo esclareceu que desconhecia a proibição de entrada no local e, ante a ausência de indícios de cometimento de crime ou outra infração, foi liberado após o registro administrativo dos fatos”.
O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) manifestou-se sobre o caso, expressando solidariedade ao repórter e prometendo acompanhar a situação em defesa da liberdade de imprensa. Em comunicado, a entidade reforçou seu compromisso com a democracia, o livre exercício profissional e os direitos dos trabalhadores da comunicação.
As obras no Porto de Outeiro são cruciais para a infraestrutura da COP30 em Belém. O projeto prevê a reforma e ampliação do porto, com o objetivo de permitir a atracação simultânea de dois transatlânticos de grande porte, que servirão como hospedagem temporária devido à capacidade hoteleira limitada na região. A expectativa é que os navios acomodem cerca de 6 mil pessoas em 4 mil cabines.
O investimento total na obra é de R$ 180 milhões, incluindo a construção de um píer de mais de 700 metros e adaptações técnicas para receber embarcações de grande porte. A conclusão das obras está prevista para outubro, um mês antes da COP30. A Companhia Docas do Pará destacou que o Terminal de Outeiro é uma área portuária com protocolos de segurança obrigatórios, e que o acesso requer identificação e autorização.
Fonte: http://revistaoeste.com
