Uma megaoperação deflagrada na última quinta-feira (28) contra esquemas de fraude do Primeiro Comando da Capital (PCC) revelou não apenas a sofisticação dos crimes financeiros da organização, mas também a crescente tensão entre os governos federal e estadual de São Paulo.
A disputa pelo protagonismo da ação ficou evidente quando o Ministério da Justiça e a Polícia Federal (PF) agendaram uma coletiva de imprensa simultânea àquela já organizada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela Secretaria de Segurança Pública paulista. A coincidência de horários gerou desconforto e acusações veladas.
Assessores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) interpretaram o movimento do Planalto como uma tentativa de “pegar carona” no trabalho de investigação que o estado já vinha desenvolvendo. Fontes do governo paulista reforçam a ideia de que a operação estadual possui um alcance maior e uma abordagem mais aprofundada.
Para São Paulo, o episódio prenuncia a disputa eleitoral de 2026, com a segurança pública se desenhando como um ponto sensível para a gestão federal. Segundo integrantes do governo paulista, a ação coordenada, que resultou em diversas apreensões, levanta questões sobre a divisão de esforços e o reconhecimento das competências de cada esfera.
Apesar da crise nos bastidores, tanto o presidente Lula da Silva quanto o governador Tarcísio de Freitas utilizaram a imprensa para destacar o papel de seus respectivos governos na operação, trocando farpas e evidenciando a crescente polarização política em torno do combate ao crime organizado.
Fonte: http://revistaoeste.com
