Um acidente em Ubatuba, no início deste ano, reacendeu o debate sobre a segurança da aviação geral no Brasil. A aeronave executiva, ao tentar pousar no Aeroporto Estadual Gastão Madeira, saiu da pista, vitimando o piloto e ferindo os passageiros. O caso, que mobilizou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), expôs um problema recorrente.
O relatório final do Cenipa apontou que o piloto iniciou a manobra de pouso pelo lado inadequado, diminuindo a margem de segurança da pista. Essa ‘excursão de pista’, como é tecnicamente chamada, é um dos principais fatores que contribuem para acidentes aéreos no país. Diante desse cenário, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu um novo Alerta de Segurança Operacional.
O alerta da Anac, divulgado recentemente, visa conscientizar pilotos, operadores, mecânicos e proprietários de aeronaves da aviação geral sobre os riscos mais comuns. O documento destaca três fatores primários associados a acidentes e incidentes graves entre 2021 e 2024: falha ou mau funcionamento do motor, excursão de pista e perda de controle em voo.
Dados da Anac revelam que falhas no motor lideraram as ocorrências, com 63 acidentes. Excursões de pista somaram 51 acidentes e 42 incidentes graves. A perda de controle em voo, embora menos frequente, é considerada a mais letal, com 48 acidentes e 76 fatalidades. “O treinamento constante em recuperação de atitudes anormais e planejamento cuidadoso de peso e balanceamento” são recomendados pela Anac para mitigar esse risco.
A agência também informou que São Paulo e Mato Grosso foram os estados mais impactados, com um aumento no número de acidentes nos últimos dois anos. Em um esforço para ampliar a segurança, a Anac anunciou que todos os alertas serão traduzidos para inglês e espanhol, facilitando o acesso à informação para tripulações estrangeiras. Em 2024, o Brasil registrou 175 acidentes aéreos, com 44 fatais e 152 mortes, o maior número da década, segundo a FAB.
Fonte: http://revistaoeste.com
