Nos corredores do Palácio do Planalto, o presidente Lula tem compartilhado com aliados e interlocutores uma avaliação surpreendente sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Longe da rivalidade pública, Lula enxerga no ex-ministro um perfil de opositor mais palatável e até preferível ao bolsonarismo, conforme apurado. Essa visão tem gerado debates e interpretações diversas no meio político.
Lula tem elogiado a capacidade de articulação de Tarcísio, ressaltando seu trânsito em diferentes espectros políticos, inclusive dentro do próprio campo petista. Ele relembra a disposição de Tarcísio ao diálogo com o governo Dilma Rousseff, considerando-o um nome com características do antigo PSDB: um político capaz de construir pontes com o centro, a direita e até setores da esquerda institucional. “Ele é um nome que lembra o PSDB de antigamente”, teria dito Lula a um interlocutor.
O presidente tem expressado a opinião de que Tarcísio, apesar de alinhado ao bolsonarismo, não representa a linha mais dura da direita conservadora. Para Lula, a gestão de Tarcísio em São Paulo demonstra essa diferença, sendo marcada por pragmatismo administrativo e contenção ideológica. Essa análise política serve como base para defender a tese de uma oposição “permitida”.
Essa visão é compartilhada por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que anseiam por uma direita moderada, institucionalizada e previsível – como a que o PSDB representou no passado. Nos bastidores, a avaliação é de que o petismo estaria disposto a incentivar esse perfil de adversário, a fim de isolar a chamada “direita bolsonarista”, considerada imprevisível e de difícil interlocução institucional.
Apesar do discurso público de rivalidade, Lula teria confidenciado que Tarcísio é, politicamente, o melhor tipo de oponente. Mesmo reconhecendo sua competitividade, o considera contornável e acredita ser capaz de derrotá-lo em uma eventual disputa nacional. Mesmo em caso de derrota, Lula avalia que a transição seria para uma direita ‘domesticada’, distante do radicalismo dos últimos pleitos.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br