Em um movimento que antecede um julgamento crucial no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) formalizou, nesta quarta-feira (27.ago.2025), a recondução de Paulo Gonet ao cargo de Procurador-Geral da República (PGR). Gonet, que ocupa a posição desde o final de 2023, terá agora a oportunidade de liderar o Ministério Público Federal por mais dois anos.
A decisão presidencial, que será oficializada através de publicação no Diário Oficial da União (DOU), ainda depende da aprovação do Senado Federal. O processo de confirmação inclui uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, posteriormente, uma votação no plenário, onde Gonet precisará garantir o apoio de pelo menos 41 senadores.
A recondução de Gonet ocorre em um momento delicado, às vésperas do julgamento no STF que analisará a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus. Eles são acusados de tramar um golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022, um evento que adiciona tensão política ao cenário jurídico. O julgamento está agendado para iniciar em 2 de setembro, com previsão de se estender até o dia 12.
Antes de sua recondução, Gonet já havia demonstrado seu foco na situação de Bolsonaro ao enviar ao STF uma manifestação recomendando o reforço do monitoramento policial do ex-presidente. A sugestão incluía o acompanhamento contínuo, 24 horas por dia, do cumprimento das medidas cautelares impostas, como prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica. Segundo a PGR, o objetivo é garantir o cumprimento das medidas sem, contudo, invadir a esfera domiciliar ou perturbar as relações de vizinhança do ex-presidente.
A recomendação da PGR surgiu em resposta a um pedido do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que expressou ao STF o “risco concreto” de fuga de Bolsonaro. Farias mencionou a possibilidade de o ex-presidente buscar asilo político na Embaixada dos Estados Unidos, localizada próxima à sua residência. Investigações da Polícia Federal (PF) também revelaram a existência de um rascunho de pedido de asilo à Argentina no celular de Bolsonaro.
Fonte: http://www.poder360.com.br