* Geraldo Serathiuk
LOCAL do set de filmagem: CEU – Casa do Estudante Universitário do Paraná.
ROTEIRO : Aproximadamente 90 vagas para moradores, se encontram impróprias para uso, referentes aos quartos das duas alas interditadas, tanto da obra inacabada da Prefeitura Municipal de Curitiba, como os do chamado Pombal, em razão da depreciação do telhado, somados com os da ala afetada pelo incêndio recente.
E nestes ambientes, móveis danificados e assoalho de tabuinhas de madeira removidos, amontoados, propícios para incêndio de grande monta.
25% de perda de espaço de moradia da Casa, fora outros impactos em banheiros interditados, portões danificados e degradação de outros espaços.
40 mil reais ao mês, em perda de receita, aproximadamente, para uma instituição que tem uma receita média mensal de 100 mil e uma despesa mensal de 100 mil, sem capacidade de investimento em melhorias.
Milhões perdidos, pois boa parte dessa situação já dura desde 2007, quando a obra de reforma foi iniciada pela prefeitura na gestão do hoje deputado federal Beto Richa (PSDB), passaram por Luciano Ducci (PSB) e Gustavo Fruet (PDT), que não fizeram nada, e suspensa na administração Rafael Greca (PSD) para investir em outra restauração, gerando uma perda de receita durante anos, só com a obra inacabada e a depreciação do telhado da casa, que impossibilita o uso dos quartos de moradia no denominado Pombal e agora com os quartos da ala atingida pelo incêndio, o que obrigou a realocação de moradores, até a reforma. E, para piorar, enfrenta-se ainda o problema da locação da casa de praia, que acabou na justiça e o locatário não saiu, e diz ter pago os aluguéis para o caseiro falecido.
Inexistência de projetos e orçamentos para as reformas estruturantes, necessários para qualquer tentativa de captação de recursos, necessários e exigidos por entes públicos. Para piorar, a Prefeitura devolveu recentemente o projeto arquitetônico e, de forma informal, comunicou que o dinheiro que tinha sobrado foi gasto em outro projeto municipal.
O que gera crises constantes, onde a única saída é a do pires na mão, pedindo PIX e doações. Restando apenas a ação judicial da casa contra a prefeitura que se arrasta, já se passaram mais de seis anos e quartos revirados com móveis e assoalho de tabuinhas, amontoados, revelando um cenário de destruição à espera de uma tragédia.
Lembrando que, recentemente, tivemos a explosão e queima de 2 transformadores e agora o incêndio, onde o sistema automático que liga os alarmes e hidrantes, feito por empresa indicada, por pessoa próxima, não funcionou.
Isso tudo tem como uma das causas 100 moradores vivendo em insegurança alimentar, fazendo sua alimentação nos quartos que não têm boa estrutura elétrica e hidráulica, como já apontaram o Corpo de Bombeiros e a Sanepar, pois não são estudantes da UFPR, os quais usam o restaurante universitário.
Triste realidade de uma instituição onde os veteranos falavam, enchendo o peito de orgulho, e faziam os novos moradores repetirem: CEU – A MAIOR CASA DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO DA AMÉRICA LATINA.
E hoje, com a perda de espaço de moradia, depreciação, perda patrimonial, fechamento do restaurante e incapacidade de investimento para melhorias, colapsa a caminho de uma tragédia, o que faz do slogan apenas uma lembrança existente nas memórias afetivas.
EM TEMPO: Fazem parte do cenário o Ministério Público do Paraná, como consta no seu site: “Mais do que fiscalizar, o MP tem o dever de cuidar, proteger e orientar a Casa”, a UFPR que tem aproximadamente 60% dos moradores, a SETI – Secretaria Estadual de Ensino Superior responsável pelas Universidades Estaduais, das quais também muitos dos seus estudantes lá residem, e a Prefeitura de Curitiba que deixou a obra inacabada.
* Geraldo Serathiuk – advogado ex-morador.
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Fonte:Blog do Tupan
