O início do segundo semestre no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado por tensões, com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes criticando o deputado federal Eduardo Bolsonaro por buscar apoio internacional contra o que consideram uma escalada autoritária da Corte. As falas inflamadas reacenderam o debate sobre os limites da atuação do STF e o papel da oposição no cenário político brasileiro.
As acusações de “covardia” proferidas pelos ministros geraram forte reação. Moraes classificou a ação de Eduardo Bolsonaro como parte de uma “organização criminosa” que busca pressionar o Judiciário com apoio estrangeiro. Gilmar Mendes, por sua vez, afirmou que o deputado “fugiu do país para, covardemente, difundir aleivosias contra o STF”.
No entanto, o que define a covardia? O senso comum a associa tanto à omissão diante da injustiça por medo de represálias quanto ao abuso de poder contra quem está indefeso. Ambas as definições convergem para a ideia de evitar o risco real, seja fugindo da luta justa, seja escolhendo um combate desigual.
Desde 2019, o STF, sob a liderança de ministros como Alexandre de Moraes, tem sido acusado de atuar com crescente autoritarismo contra a direita brasileira. Críticos apontam para inquéritos inconstitucionais, prisões ilegais e censura prévia como exemplos de um sistema de repressão institucionalizada, que nega direitos individuais sob o pretexto de proteger a democracia.
Em contrapartida, a defesa de Eduardo Bolsonaro argumenta que buscar apoio internacional é uma estratégia legítima diante de um poder avassalador. A história oferece diversos exemplos de líderes que se retiraram temporariamente para fortalecer suas posições e, posteriormente, retomar a luta com mais força. Dom João VI, George Washington e Churchill são citados como exemplos de líderes que recuaram estrategicamente para vencer.
Diante desse cenário complexo, a questão central permanece: quem são os verdadeiros covardes? Seriam aqueles que buscam apoio externo para denunciar abusos de poder, ou aqueles que usam o aparato estatal para perseguir opositores desarmados? A resposta a essa pergunta exige uma análise profunda da história e do contexto político brasileiro.
“Covardes não são os que recuam para lutar melhor. Covardes são os que usam o poder absoluto para perseguir os fracos e depois os acusam de fugir do pelotão de fuzilamento”, conclui o cientista político e advogado Bernardo Santoro, autor do artigo. A controvérsia está longe de ser resolvida e promete acirrar ainda mais os ânimos no cenário político nacional.
Fonte: http://revistaoeste.com