iFood e Mottu Unem Forças para Oferecer Descontos a Entregadores, Enquanto Debate sobre Vínculo Trabalhista se Intensifica

Em um cenário de crescente discussão sobre os direitos dos trabalhadores de aplicativos, o iFood e a Mottu, startup de aluguel de motos, anunciaram uma parceria estratégica. O objetivo é oferecer descontos e incentivos exclusivos para entregadores que utilizam motocicletas alugadas para realizar seus serviços. O programa, com início previsto para 1º de setembro, visa atrair e beneficiar os profissionais já cadastrados nas plataformas.

A colaboração entre as empresas promete vantagens significativas. Entregadores do iFood que alugam motos da Mottu poderão ter até 20% de desconto na caução, além de condições especiais nos planos de locação, com diárias entre R$ 18 e R$ 28. Os planos incluem assistência 24 horas, suporte em caso de roubo e cobertura para danos a terceiros. Dependendo do plano escolhido, o entregador terá a opção de adquirir a moto após três anos de aluguel.

Além dos descontos no aluguel, o iFood promete recompensas de até R$ 350 mensais para entregadores que cumprirem os desafios propostos, alcançando um determinado número de entregas. A Mottu também oferecerá créditos para os trabalhadores que mantiverem um alto nível de ocupação, os quais poderão ser utilizados para despesas como multas de trânsito.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, questionou a natureza da parceria, levantando dúvidas sobre o vínculo trabalhista entre as plataformas e os entregadores. “Estou alugando um bem para você trabalhar [para mim], mas você não é meu trabalhador. Como é isso? Acho que isso deixa mais latente que há, sim, vínculo [trabalhista]”, ponderou.

Gilberto Almeida dos Santos, presidente do SindimotoSP, considera positiva qualquer iniciativa que gere economia para os trabalhadores, mas alerta que os empregados estão assumindo custos que antes eram dos empregadores. Ele também expressa preocupação com a proposta de “premiar” entregadores por atingir metas, o que pode incentivar comportamentos de risco no trânsito.

O sindicalista lembra que a Lei 12.436/2011 proíbe práticas que estimulem o aumento da velocidade por motociclistas, incluindo a oferta de prêmios por cumprimento de metas. “Conseguimos criar esta lei justamente para preservar vidas e diminuir os conflitos no trânsito”, conclui.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

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