O Congresso Nacional deu início, nesta quarta-feira (13/08/2025), aos trabalhos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) destinada a investigar as extensas fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Embora sua criação tenha ocorrido em junho, a comissão aguardava a instalação formal para iniciar suas atividades.
Em um duro golpe para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a oposição obteve sucesso ao eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da comissão. Viana superou Omar Aziz (PSD-MG), aliado do governo e nome indicado por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), por uma votação de 17 a 14. A manobra representa um obstáculo significativo para a base governista na condução das investigações.
Adicionalmente, Eduardo Girão (Novo-CE) retirou sua candidatura para fortalecer o nome de Viana, consolidando a vitória da oposição. A relatoria também sofreu alterações, com Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) substituindo Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que havia sido inicialmente escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), como um nome considerado mais neutro.
A CPMI, impulsionada por partidos de oposição, tem como objetivo apurar minuciosamente as irregularidades nos pagamentos de benefícios previdenciários, as fraudes em aposentadorias e o desvio de recursos dentro da estrutura do INSS. A comissão é composta por 16 deputados e 16 senadores titulares, distribuídos de forma proporcional ao tamanho das bancadas de cada partido no Congresso.
As investigações ganham força após a deflagração, em abril, da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal, que apura um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. As irregularidades identificadas envolvem a aplicação de mensalidades associativas sem a devida autorização dos beneficiários. A repercussão do caso inclusive levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), em meio a pressões e alegações sobre a origem das fraudes.
Fonte: http://www.poder360.com.br
