Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, anunciou a mobilização de aproximadamente 4,5 milhões de milicianos em um plano ostensivo para “garantir a cobertura do território nacional”. A medida ocorre em um contexto de escalada da tensão com os Estados Unidos, com o governo venezuelano alegando ameaças renovadas. A iniciativa levanta questões sobre a estabilidade regional e a segurança interna da Venezuela.
De acordo com Maduro, o esquema envolve milícias “preparadas, ativadas e armadas”, prontas para responder ao que ele descreve como “renovação das ameaças extravagantes e bizarras” dos Estados Unidos contra seu governo. A informação foi amplamente divulgada pela agência AFP e repercutida por diversos veículos internacionais, incluindo o canal France24. A dimensão da mobilização é significativa, considerando que a Venezuela possui cerca de 30 milhões de habitantes.
A milícia bolivariana, criada por Hugo Chávez no início dos anos 2000, integra formalmente a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). Essa integração levanta preocupações sobre o papel e o controle dessas milícias, bem como seu impacto na segurança e na ordem pública. A ação de Maduro ocorre em um momento de crescente pressão internacional sobre seu governo.
O anúncio da mobilização acontece em paralelo ao recrudescimento das sanções americanas contra o governo venezuelano. Recentemente, os Estados Unidos elevaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro, acusando-o de envolvimento em narcoterrorismo e outros crimes. A procuradora-geral Pamela Bondi afirmou que as autoridades já apreenderam mais de US$ 700 milhões em bens atribuídos ao presidente venezuelano.
As investigações conduzidas pelos Estados Unidos apontam para a interceptação de 30 toneladas de cocaína atribuídas a Maduro e seus aliados, com alegações de que parte da droga estava misturada com fentanil. Washington acusa o regime venezuelano de envolvimento em conspiração de narcoterrorismo, tráfico internacional e uso de armamentos em apoio a organizações criminosas. Maduro também é acusado de integrar o Cartel de Los Soles, classificado como uma organização terrorista internacional pelo governo Donald Trump.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br