O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma entrevista ao influente jornal americano *The Washington Post*, na qual abordou temas cruciais como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e a relação do Brasil com sanções internacionais.
Na reportagem, o magistrado foi descrito como “o juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump”, evidenciando a repercussão internacional das decisões do STF e a pressão política exercida, especialmente após a aplicação de sanções pelos Estados Unidos.
A entrevista revela que Moraes estava acompanhando uma partida de futebol quando foi alertado sobre o descumprimento de uma ordem judicial por parte de Bolsonaro, demonstrando a agilidade e prontidão do ministro em responder a possíveis ameaças à ordem democrática.
Em resposta direta às sanções impostas, Moraes enfatizou a total independência do judiciário brasileiro, assegurando que as punições americanas não terão qualquer influência sobre as decisões da corte. “Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”, declarou o ministro, reafirmando o compromisso com o cumprimento da lei.
Moraes ainda comparou a trajetória histórica do Brasil e dos EUA, argumentando que a experiência brasileira com regimes autoritários fortaleceu a capacidade de resposta a movimentos antidemocráticos. “Quando você é muito mais atacado por uma doença, forma anticorpos mais fortes e busca vacina preventiva”, disse, referindo-se aos golpes e tentativas de golpe que marcaram a história do país.
O ministro também comentou sobre as sanções diretas impostas a ele pelo governo Trump, como o cancelamento de seu visto e o enquadramento na Lei Magnitsky. Apesar de admitir que a situação não é agradável, Moraes ressaltou a importância de esclarecer “narrativas falsas” que, segundo ele, prejudicaram as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
Fonte: http://revistaoeste.com