Em meio a crescentes tensões diplomáticas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmou sua postura firme diante das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. As medidas incluem a revogação de seu visto americano e a inclusão na lista da Lei Magnitsky, além de tarifas punitivas sobre produtos brasileiros. Moraes concedeu uma entrevista ao The Washington Post, onde respondeu às críticas e defendeu suas ações.
Moraes enfatizou que não cederá às pressões externas, mesmo diante das sanções americanas. “Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro”, declarou ao jornal. Ele garantiu que as investigações em curso prosseguirão de forma imparcial, com análise rigorosa de provas e julgamento justo para todos os envolvidos: “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem tiver que ser condenado, será condenado; quem tiver que ser absolvido, será absolvido”.
A reportagem do Washington Post descreveu Moraes como um “xerife da democracia”, destacando decisões controversas como a suspensão do X/Twitter no Brasil e a destituição do governador do Distrito Federal após os atos de 8 de janeiro. O jornal americano ressaltou ainda a prisão domiciliar imposta a Jair Bolsonaro e a proibição de uso de redes sociais, ações que, segundo a publicação, “silenciaram uma das figuras da direita global mais conhecidas do mundo”.
A publicação americana ouviu diversos amigos e colegas do ministro, com opiniões divididas sobre sua atuação. Enquanto alguns o consideram essencial para conter riscos autoritários, outros o veem como excessivamente poderoso. Moraes rebateu as críticas, afirmando que o Brasil foi “infectado pela doença do autoritarismo”, e que seu papel é “aplicar a vacina”.
Moraes minimizou a crise diplomática, atribuindo-a a narrativas distorcidas propagadas por opositores, incluindo Eduardo Bolsonaro, e desinformação disseminada nas redes sociais. Ele expressou confiança em que a tensão com Washington é temporária, e citou referências da história constitucional americana como John Jay, Thomas Jefferson e James Madison como inspiração. “É agradável passar por isso? Claro que não”, concluiu, reafirmando seu compromisso com a continuidade das investigações enquanto necessário.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br