Em meio a um cenário político tenso, o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, lançou dúvidas sobre a legitimidade das eleições gerais no país, realizadas neste domingo (17.ago.2025). Impedido de concorrer, Morales sugeriu que o voto nulo será a opção majoritária, refletindo, segundo ele, uma rejeição ao processo eleitoral. A declaração acende um debate sobre a lisura do pleito e a confiança da população no sistema democrático boliviano.
“Esta votação vai demonstrar que se trata de uma eleição sem legitimidade. Pela primeira vez na história, se não houver fraude, o voto nulo será o mais votado”, afirmou Morales após exercer seu direito de voto. O ex-presidente, que enfrentou um mandado de prisão, foi protegido por apoiadores, demonstrando a polarização que marca o cenário político atual. A ausência de policiais no local, reportada pela AFP, levanta questionamentos sobre a segurança do ex-presidente.
A tensão política se agrava com a crescente divisão dentro do partido governista MAS (Movimento ao Socialismo). Evo Morales, outrora figura central do partido, se distanciou do atual presidente, Luis Arce, seu ex-ministro. “Desta vez vamos votar, mas não vamos eleger”, disse Evo, sinalizando um possível racha com o governo.
Paralelamente, o candidato da esquerda e presidente do Senado, Andrónico Rodriguez, enfrentou hostilidade ao votar. Ex-líder dos cocaleiros do Chapare, Rodriguez, que busca conciliar as alas rivais do MAS, foi alvo de protestos e agressões. Ele descreveu o episódio como um “incidente isolado” e reafirmou seu compromisso com o processo democrático.
Outrora visto como o herdeiro político de Evo Morales, Andrónico Rodriguez agora enfrenta a desconfiança dos apoiadores do ex-presidente, que o consideram um “traidor”. Com cerca de 5% das intenções de voto, Rodriguez busca consolidar seu espaço em um cenário político complexo e fragmentado. As eleições na Bolívia seguem em clima de incerteza e polarização.
Fonte: http://www.poder360.com.br
