A Universidade Federal de Sergipe (UFS) cancelou a prova de redação do Vestibular 2025 para a modalidade de Educação a Distância, após grande repercussão negativa. O motivo foi o conteúdo dos textos motivadores, que associavam o “bolsonarismo” e a eleição de Jair Bolsonaro ao crescimento de grupos neonazistas no Brasil. A decisão foi tomada após denúncias de viés ideológico no exame.
O caderno de provas apresentava como primeiro texto motivador um artigo que alegava um crescimento expressivo de grupos neonazistas no Brasil, contabilizando “mais de 500 células ativas”. O texto era originalmente do site da revista *Fórum*, um veículo de esquerda. Já o segundo texto, intitulado “A eleição de Jair Bolsonaro”, afirmava que as células neonazistas se multiplicaram a partir de 2019, “na esteira do discurso do presidente Jair Bolsonaro e do avanço da direita política no Brasil”.
De acordo com o texto da *Veja*, esses grupos se sentiram “autorizados a atuar”, identificando-se com o “nacionalismo exacerbado” atribuído ao então presidente. A proposta de redação solicitava aos candidatos que elaborassem um texto sobre como assegurar a defesa da democracia e dos direitos humanos, considerando a disseminação de discursos de extrema direita e ultranacionalistas nas plataformas digitais.
A situação gerou indignação e foi denunciada publicamente pelo vereador Lúcio Flávio (PL), de Aracaju. Ele classificou o conteúdo como “crime” e “proselitismo político-ideológico”, afirmando que a prova rotulava como neonazistas apoiadores de direita, o próprio Bolsonaro e seus eleitores. “Isto é um absurdo e iremos cuidar para que essa atitude leviana não fique impune”, declarou o vereador em suas redes sociais.
Em resposta à polêmica, a UFS publicou uma nota oficial lamentando o ocorrido e esclarecendo que não tem acesso prévio ao conteúdo das provas, elaborado por profissionais contratados. A instituição reiterou que não compactua “com qualquer forma de discriminação, polarização política ou radicalismos ideológicos” e que mantém seu compromisso com a “democracia, pluralidade e diálogo”. O cancelamento imediato da prova de redação foi anunciado, com a promessa de medidas para garantir a lisura dos próximos processos seletivos.
O vereador Lúcio Flávio comemorou o cancelamento como “uma vitória contra a doutrinação ideológica no ambiente educacional”. Ele também agradeceu à reitoria e à comissão organizadora pela decisão, afirmando que continuará acompanhando o caso. A UFS ainda não detalhou as medidas adicionais que serão implementadas para evitar novas ocorrências.
Fonte: http://revistaoeste.com
