PF Investiga Advogada por Desvio Milionário do FGTS de Jogadores e Técnico

A Polícia Federal (PF) está investigando a advogada Joana Prado de Oliveira sob suspeita de realizar saques não autorizados do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de jogadores de futebol e do técnico Oswaldo de Oliveira. As investigações apontam para um montante de R$ 7,7 milhões, supostamente retirados de sete contas de FGTS desde 2022.

A investigação teve início após uma denúncia feita por Oswaldo de Oliveira à Polícia Civil do Rio de Janeiro na última terça-feira, 5 de agosto de 2025. Segundo a denúncia, os saques ocorreram sem o consentimento das vítimas. Entre os jogadores lesados, apenas Juninho, ex-atleta do Botafogo, admitiu ter autorizado um saque, mas alegou que a advogada não o informou sobre a retirada nem repassou os valores.

Oswaldo de Oliveira, conhecido por ter treinado grandes clubes como Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco, estima que seu prejuízo seja de R$ 3,1 milhões. “Eu estou sem trabalhar há 6 anos. Eu tenho economias, mas são perenes e eu preciso do meu dinheiro, que eu trabalhei, para sobreviver”, declarou o técnico ao *G1*, enfatizando a importância dos recursos para sua subsistência.

Outro atleta que se manifestou foi o atacante peruano Paolo Guerrero, ex-Corinthians, Flamengo e Internacional, que afirma ter sofrido um prejuízo de R$ 2,2 milhões. Ramires, ex-jogador com passagens marcantes pelo Cruzeiro, Chelsea, Palmeiras e Seleção Brasileira, declarou ter perdido cerca de R$ 1 milhão. Ambos os atletas confiavam na advogada para gerenciar seus interesses.

Oswaldo de Oliveira detalhou a relação profissional com a advogada: “Nós contratamos o serviço dela para que ela advogasse em nosso favor. De lá para cá, ela acessou a nossa confiança e nós achamos por bem transferir alguns casos jurídicos”. O técnico relatou que a maior parte de seu prejuízo decorre de indenizações não recebidas em processos trabalhistas contra o Corinthians e o Fluminense, nos quais ele obteve decisões favoráveis.

Em novembro de 2024, a advogada assinou um acordo judicial reconhecendo o recebimento e retenção dos valores, comprometendo-se a devolvê-los. No entanto, o acordo não foi cumprido. “Ela falou: vou pagar e assinou. Só que não cumpriu com o acordo e, por isso, nós estamos acionando a doutora Joana”, explicou o técnico, evidenciando a quebra de confiança.

Documentos apresentados ao *G1* revelam que Joana Prado deixou de repassar R$ 2,3 milhões referentes à ação contra o Corinthians e R$ 220 mil da ação contra o Fluminense. Além disso, foram realizados 10 saques das contas de FGTS do técnico em um ano, totalizando R$ 589,1 mil, incluindo valores referentes ao período em que Oswaldo trabalhou no Vasco.

Em sua defesa, Joana Prado alega ser vítima de um golpe. Em nota, ela afirma que “enfrenta dificuldades financeiras, cuja origem está relacionada a um golpe do qual foi vítima” e que apresentou notícia-crime à PF. A advogada também declarou que “já estão sendo tomadas as providências necessárias para a devida reparação” e reiterou “com veemência, que não houve má-fé ou intenção de causar prejuízos”.

A investigação da Polícia Federal prossegue para apurar as acusações de estelionato, apropriação indébita e falsificação de documentos. As autoridades buscam esclarecer como a advogada conseguiu acessar as contas de FGTS sem autorização das vítimas e se existem outros atletas ou profissionais do futebol afetados além dos já identificados.

Fonte: http://www.poder360.com.br

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