O governo do ex-presidente Donald Trump intensificou sua oposição à Lei de Serviços Digitais (DSA) da União Europeia (UE), instruindo diplomatas americanos na Europa a empreender uma campanha para minar a legislação. A informação foi divulgada pela agência Reuters, que teve acesso a um telegrama do Departamento de Estado.
Assinado pelo então Secretário de Estado Marco Rubio, o documento datado de 4 de agosto, expressa preocupação com o que o governo Trump considera uma repressão à liberdade de expressão e um fardo financeiro imposto às empresas de tecnologia dos EUA. Trump argumenta que a DSA da UE representa uma forma de censura, um tema que ele transformou em um ponto central de sua agenda política.
A DSA visa criar um ambiente online mais seguro e justo, impondo às gigantes da tecnologia a obrigação de combater conteúdo ilegal, incluindo discurso de ódio e material de abuso sexual infantil. O telegrama, classificado como um “pedido de ação”, orienta os diplomatas nas embaixadas dos EUA na Europa a se engajarem regularmente com governos da UE e autoridades de serviços digitais para transmitir as preocupações do governo Trump e os custos financeiros potenciais para as empresas de tecnologia americanas.
O texto do telegrama é claro: “Os postos devem concentrar esforços para obter apoio do governo anfitrião e de outras partes interessadas para revogar e/ou alterar a DSA ou leis nacionais ou da UE relacionadas que restrinjam a expressão on-line”. A Reuters informa que o documento inclui sugestões de pontos de discussão para auxiliar os diplomatas a defenderem a posição do governo Trump.
Essa investida contra a lei europeia ocorre em um momento em que a Europa tem aumentado o controle sobre o conteúdo online. Dados recentes indicam um aumento significativo na remoção de conteúdo vetado na internet por países europeus, com plataformas digitais removendo milhões de posts mediante solicitações de usuários. A postura da Casa Branca também contrasta com movimentos similares no Brasil, que caminha para adotar um sistema ainda mais rigoroso para a regulação de conteúdo online.
Fonte: http://www.poder360.com.br