A China anunciou, nesta quarta-feira (6.ago.2025), a prorrogação por mais três meses da investigação sobre a importação de carne bovina, iniciada em dezembro do ano anterior. A decisão, divulgada pelo Ministério do Comércio chinês, intensifica o acompanhamento do mercado global de carnes, com foco especial no Brasil e na Argentina. O movimento ocorre em um contexto de crescente pressão de produtores locais por medidas protecionistas.
A justificativa oficial para a extensão do prazo, que agora se estende até 26 de novembro, reside na “complexidade” da apuração e no “grande volume” de trabalho necessário para sua conclusão. Inicialmente, a expectativa era de que a investigação fosse finalizada em 26 de agosto. A prorrogação levanta questionamentos sobre o futuro das relações comerciais no setor.
Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês assegurou que “as autoridades investigadoras continuarão a avançar na investigação em conformidade com a lei e tomarão uma decisão objetiva e imparcial com base nas conclusões”. Adicionalmente, reforçou o compromisso da China em manter a comunicação com todas as partes envolvidas para promover um ambiente de comércio internacional saudável e estável. A investigação atende a um pedido de produtores chineses, que alegam prejuízos à produção local devido ao aumento das importações.
O Brasil, principal exportador de carne bovina para a China, acompanha de perto o desenvolvimento da situação. Em 2024, o país asiático importou mais de 1 milhão de toneladas de carne bovina brasileira. A aplicação de possíveis medidas restritivas por parte da China pode ter um impacto significativo na balança comercial brasileira. Atualmente, a China aplica uma taxa de 12% sobre as importações de carne bovina do Brasil.
Além do Brasil, a Argentina, outra importante exportadora de carne para a China, também poderá ser afetada pelos resultados da investigação. O Poder360 entrou em contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil para obter um posicionamento sobre a extensão da investigação chinesa. Esta reportagem será atualizada caso o governo brasileiro se manifeste.
Fonte: http://www.poder360.com.br