O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi enfático ao descartar qualquer possibilidade de privatização do Pix, sistema de pagamentos instantâneos que se tornou popular no Brasil. A declaração veio em um momento de tensão, um dia antes da possível imposição de tarifas pelos Estados Unidos, liderados por Donald Trump, contra o Brasil. O governo norte-americano questiona o Pix, alegando potenciais práticas desleais que prejudicariam empresas locais.
Haddad enfatizou que a ideia de privatizar o Pix é impensável, especialmente considerando que o serviço é gratuito para a população. Sua fala ocorreu durante a 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão. O ministro ainda criticou a pressão de multinacionais que, segundo ele, estariam incomodadas com o sucesso da tecnologia brasileira.
“Não podemos nem sonhar, nem pensar, nem imaginar, em privatizar algo que não tem custo para o cidadão”, declarou Haddad, reforçando a defesa da soberania nacional. Setores da esquerda e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm utilizado as críticas dos EUA como argumento em favor da manutenção do controle estatal sobre o sistema.
O ministro comparou o Pix com os cartões de crédito, reconhecendo a importância dessas tecnologias, mas defendendo a necessidade de respeitar as inovações. “Eles ganharam por décadas dinheiro com uma tecnologia que eles desenvolveram. E ninguém se incomodou com isso”, afirmou, em referência aos bancos e suas operações com cartões.
Criado pelo Banco Central e lançado em novembro de 2020, o Pix revolucionou o sistema de pagamentos no Brasil, permitindo transferências e pagamentos instantâneos 24 horas por dia, sete dias por semana. Haddad questionou: “Temos agora uma tecnologia gratuita que atende o cidadão a custo zero. Uma moeda digital no sentido pleno da palavra. É melhor do que usar o papel moeda. Você vai afrontar a modernidade que traz bem-estar a toda a população?”
Fonte: http://www.poder360.com.br