William Browder, figura central na criação da Lei Magnitsky, criticou duramente as sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo o ativista e investidor britânico, a medida não tem relação com a defesa dos direitos humanos, mas sim com um acerto de contas político.
Em entrevista ao *Fantástico*, Browder afirmou que a punição a Moraes é motivada pela insatisfação de Trump com o ministro, que está conduzindo processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Tem tudo a ver com acerto de contas político. Donald Trump disse isso, disse que não está satisfeito com esse juiz, porque ele está processando seu amigo [Jair Bolsonaro]”, declarou Browder.
A Lei Magnitsky, que permite aos EUA sancionar indivíduos acusados de violações de direitos humanos e corrupção, foi criada em homenagem ao advogado Sergei Magnitsky. Magnitsky morreu em uma prisão russa após denunciar um esquema de corrupção envolvendo funcionários do governo. Browder, que empregava Magnitsky, dedicou-se a promover a legislação após a morte do advogado.
O governo dos EUA justificou a inclusão de Moraes na lista da Lei Magnitsky alegando que o ministro “usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, acusou Moraes de promover uma “caça às bruxas ilegal” contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras.
Diante das sanções, Moraes declarou que irá ignorá-las e continuará a trabalhar normalmente. O ministro também criticou brasileiros que, segundo ele, estariam articulando medidas externas contra o Brasil. Ele também manifestou repúdio a pressões por anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Fonte: http://www.poder360.com.br