Igor Eduardo Pereira Cabral, preso após agredir violentamente a namorada com 61 socos dentro de um elevador em Natal, RN, denunciou ter sofrido uma série de abusos enquanto está sob custódia. Ele alega ter sido espancado, ameaçado de morte e forçado a ingerir spray de pimenta, lançando uma sombra sobre as condições de sua detenção.
De acordo com o relato de Cabral, os supostos maus-tratos tiveram início logo após sua audiência de custódia, em 24 de julho. Inicialmente, ele foi alocado no Centro de Recebimento e Triagem (CRT) em Parnamirim, onde dividiu cela com outros detentos sem queixas de conflitos.
No entanto, a situação tomou um rumo sombrio seis dias depois, com a transferência de Cabral para uma cela isolada. Segundo o preso, a ordem para a transferência partiu de um agente não identificado, que usava balaclava e apresentava um sotaque característico do Rio de Janeiro.
“Você tem duas opções: ou apanha e é violentado todos os dias, ou se mata até sexta-feira (1º)”, teria dito o agente, conforme relato de Cabral. A Secretaria da Administração Penitenciária (SEAP) confirmou a abertura de uma investigação para apurar as denúncias de tortura na Cadeia Pública Dinorá Simas, onde Cabral está detido.
Em depoimento à TV Ponta Negra, afiliada do SBT no RN, a namorada de Cabral revelou que, embora não houvesse histórico de agressões físicas, ela já era vítima de violência psicológica. O ataque no elevador, segundo ela, foi motivado por ciúmes após a exibição de mensagens no celular, e a permanência no elevador foi uma estratégia para evitar câmeras de segurança.
“Eu senti que ele ia me bater, por isso não saí do elevador, porque no corredor não tem câmera. Só pensei em sair dali viva”, relatou a vítima, expondo o medo e a vulnerabilidade que sentiu no momento da agressão.
Fonte: http://massa.com.br