Um jantar no Palácio da Alvorada, articulado para demonstrar unidade do Supremo Tribunal Federal (STF) em apoio ao ministro Alexandre de Moraes, sofreu um revés significativo na noite de quinta-feira (31). A ausência de cinco ministros expôs tensões internas na Corte, em meio à controvérsia gerada pelas sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a Moraes.
Os ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques não compareceram ao encontro promovido pelo presidente Lula. O objetivo era criar uma imagem de coesão institucional, semelhante à resposta unificada após os eventos de 8 de janeiro, e até uma foto oficial estava planejada, usando o slogan governamental “soberania nacional”.
Apenas seis ministros – Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso – marcaram presença. A não adesão dos demais revelou uma divisão interna sobre como lidar com a situação delicada envolvendo as sanções americanas.
Fontes indicam que a presença de Fachin, futuro presidente do STF, foi motivada por cálculos políticos para evitar maiores turbulências, considerando que Moraes será seu vice. A tentativa de Moraes de obter apoio formal dos colegas através de uma carta conjunta, após sua inclusão na lista da Lei Global Magnitsky, também não obteve sucesso.
De acordo com o Poder360, a maioria dos ministros considerou inadequado assinar um documento coletivo contra uma decisão soberana dos EUA, especialmente em face das graves acusações de violações de direitos humanos e uso político do Judiciário. A resposta pública se limitou a uma nota institucional assinada apenas pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, sem menção direta ao governo americano, demonstrando a fragilidade da frente de apoio a Moraes.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br