O jornalismo brasileiro perdeu uma de suas figuras mais influentes. Marcelo Beraba, renomado jornalista e fundador da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), faleceu nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, aos 74 anos. Sua trajetória marcante por grandes redações e sua defesa incansável da liberdade de imprensa o consagraram como um pilar no cenário nacional.
Beraba lutava contra um câncer no cérebro, descoberto em março deste ano. Apesar de ter passado por uma cirurgia no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, não resistiu às complicações da doença. Sua morte deixa um legado imensurável para o jornalismo investigativo no Brasil e uma lacuna profunda entre colegas e admiradores.
Idealizador da Abraji, Beraba foi o primeiro presidente da associação, responsável por impulsionar os maiores congressos de jornalismo do hemisfério sul. Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, ressalta a importância do jornalista: “Sem Beraba não haveria Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo…”. Ele personificava a luta pela liberdade de imprensa e a promoção do jornalismo investigativo como alicerce da democracia.
Marcelo Beraba nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de abril de 1951. Antes de se dedicar ao jornalismo, chegou a cursar um seminário. Formou-se pela Escola de Comunicação da UFRJ e iniciou sua carreira no jornal *O Globo*, trilhando um caminho de sucesso em veículos como *Folha de S.Paulo*, *Jornal do Brasil*, *TV Globo* e *O Estado de S.Paulo*.
A criação da Abraji, em 2002, surgiu como resposta ao assassinato do jornalista Tim Lopes, um momento crucial para a união da classe em defesa da liberdade de imprensa. Beraba liderou o movimento que culminou na fundação da associação, tornando-se um símbolo da luta por um jornalismo mais ético, investigativo e comprometido com a sociedade. O velório será realizado nesta quarta-feira, (30), no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br
