Pequim manifestou-se contrária à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, agendada para entrar em vigor nesta sexta-feira. A China indicou a disposição de fortalecer laços com o Brasil em resposta às políticas comerciais americanas, sinalizando um possível realinhamento no cenário econômico global.
Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, expressou o interesse de Pequim em “trabalhar junto com os países da América Latina e do Brics, incluindo o Brasil, para defender o sistema multilateral de comércio centrado na OMC”. A declaração demonstra o esforço chinês em solidificar alianças estratégicas diante das disputas comerciais.
Questionado sobre a possibilidade de aumentar a importação de produtos brasileiros, como os aviões da Embraer, Guo Jiakun afirmou que “a China valoriza a cooperação pragmática com o Brasil na área de aviação e outros campos”. Ele ressaltou a intenção de promover essa colaboração com base nos “princípios de mercado”, indicando uma abordagem cautelosa e orientada pelos benefícios econômicos mútuos.
Em relação às negociações em andamento com os EUA em Estocolmo, o porta-voz chinês adotou um tom conciliador, buscando “aprimorar o consenso e reduzir mal-entendidos” com Washington. A China defende que as relações com os Estados Unidos devem se basear na “igualdade, respeito e reciprocidade”, indicando uma postura de negociação equilibrada.
Ao ser perguntado sobre um possível acordo semelhante ao firmado entre os EUA e a União Europeia, Guo foi evasivo, reiterando que “a China sempre defendeu que todas as partes resolvam suas diferenças econômicas e comerciais por meio de diálogo e consulta em condições de igualdade”. A cautela demonstra a complexidade das negociações e a busca por soluções que atendam aos interesses chineses.
Boa parte da entrevista coletiva focou em questões comerciais. Guo foi cauteloso ao comentar sobre a possível suspensão de restrições de exportação por parte da China como um gesto para um acordo com os americanos. Ele mencionou a conversa entre Xi Jinping e Donald Trump no início de junho, afirmando a esperança de que “os EUA e a China trabalhem juntos para implementar o importante consenso alcançado durante a ligação entre os dois chefes de Estado”.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br