Uma postagem nas redes sociais da Rádio 104,9 fala da visita que o senador paranaense do União Brasil, Sergio Moro, um dos nomes lembrados para disputar a sucessão de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) na eleição de quatro de outubro de 2026, fez hoje a cidade do Sudoeste do Paraná, onde conversou com lideranças da região, na Câmara Municipal de Capanema, com “visita organizada” pelo vereador petista André Drebes.
Na matéria divulgada no “Face”, o veículo aponta que André Drebes integra a chapa do deputado estadual Arilson Chiorato na campanha de 2º turno do PED do PT.
Leia a matéria:
A máxima de que, em se tratando de política, as vacas voam, faz todo sentido em Capanema, no Sudoeste do Paraná. E, olha, que mesmo sabendo disso, os acontecimentos não deixam de surpreender e – por que não dizer? – de assombrar.
O senador, ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro (UB), algoz do Presidente Lula e de dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) com as perseguições promovidas pela Operação Lava Jato, visitou o município da Fronteira nesta quinta-feira, dia 23, na Câmara de Vereadores com um público minúsculo. Até aí, tudo bem. O que causa estranheza e muita indignação por parte dos petistas de lá é que a visita de Moro foi toda organizada pelo vereador André Drebes (PT), junto com a 1ª Secretária da Câmara Municipal de Capanema, vereadora Ivone Silva (União Brasil).
A revolta é grande e reverberá no segundo turno das eleições internas do PT (PED) por todo o estado. É que o cicerone de Moro, Drebes, além de vereador do PT no município, integra a chapa do deputado estadual Arilson Chiorato, em sua campanha pela reeleição no comando do partido no Paraná. O atual presidente do diretório do partido do Presidente Lula no estado antagoniza com o deputado federal Zeca Dirceu, dizendo que ao seu lado estão os chamados “petista raiz”. Enquanto Zeca, filho do ex-ministro da Casa Civil e fundador do partido, José Dirceu, justamente critica as decisões da direção atual que levaram o PT do Paraná ao pior desempenho entre os estados do Sul nas eleições municipais do ano passado e pretende reorganizar, fortalecer e reenergizar o partido para alavancar votos paranaenses a Lula na campanha à reeleição em 2026.
*Não convenceu*
Em reunião realizada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na última segunda-feira, 21, com mais de 30 filiados presentes, o vereador teve de dar explicações para sua própria categoria e acabou por confirmar que está à frente da recepção ao senador anti-PT. Como uma bomba, a confirmação ampliou ainda mais a fissura interna no partido em Capanema.
A atitude de Drebes não é só vista como contraditória, como desestabilizadora e inexplicável. A visita de Moro — responsável pela prisão do Presidente Lula — é considerada uma afronta à militância petista, especialmente em um momento em que o PT enfrenta a extrema-direita e se impõem diante dos ataques do presidente norte-americano, Donald Trump, em concluio com a família Bolsonaro.
A crise em Capanema, portanto, extrapola o conflito local. Ela expõe os desafios do PT do Paraná para construir uma coesão interna, diante de alianças controversas e da necessidade de ampliar sua base eleitoral em um estado onde a direita é hegemônica. Uma tarefa bastante árdua para a próxima direção do PT no Paraná será conter as dissidências e reafirmar o compromisso do partido com seus princípios fundadores, como a retomada da representação popular, a participação mais efetiva dos seus filiados nas tomadas de decisão, da formação política, a eficácia na comunicação e a transparência, entre outras.
Zeca Dirceu venceu o 1º turno das eleições do PT com mais de 8 mil votos e 45% da preferência de militantes que anseiam por renovar o comando da legenda. Aliás, somadas as votações dos candidatos em oposição a Chiorato, vale ressaltar que as urnas da eleição direta do PT no Paraná revelaram que 60% dos votantes querem mudança na direção estadual. Não é difícil imaginar o porquê.
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Fonte:Blog do Tupan
