Brasil formaliza apoio à acusação de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça

O governo brasileiro anunciou sua adesão formal ao processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde o país é acusado de genocídio contra palestinos. A decisão, divulgada em nota oficial do Itamaraty nesta quarta-feira, intensifica a postura crítica do Brasil em relação às ações de Israel em Gaza e na Cisjordânia, especialmente após os ataques do Hamas em outubro de 2023.

O Ministério das Relações Exteriores expressou “profunda indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina, não se restringindo à Faixa de Gaza e estendendo-se à Cisjordânia”. A nota detalha uma série de acusações contra Israel, incluindo ataques à infraestrutura civil, sítios religiosos e instalações das Nações Unidas, além de violência por colonos na Cisjordânia.

O governo brasileiro também acusou Israel de “utilização despudorada da fome como arma de guerra” e de “contínuas violações do Direito Internacional, como a anexação de territórios pela força e a expansão de assentamentos ilegais”. O Itamaraty enfatizou que a comunidade internacional não pode permanecer inerte diante do que considera atrocidades em curso, ressaltando que “já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política”.

A decisão de aderir formalmente ao processo na CIJ é o ápice de uma série de manifestações críticas do presidente Lula em relação a Israel. Em fevereiro, Lula comparou as ações israelenses em Gaza ao Holocausto, gerando forte reação do governo israelense, que o declarou *persona non grata*. O presidente, no entanto, manteve suas críticas em eventos subsequentes, defendendo o cumprimento das medidas cautelares da CIJ.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) reagiu à decisão do governo brasileiro, classificando-a como “vergonhosa, injustificável e [que] afronta os princípios mais básicos da verdade e da justiça”. A entidade argumenta que o Brasil demonstra parcialidade no conflito, ignorando o ataque do Hamas e o uso de civis palestinos como escudos humanos. A Fisesp conclui que a posição do governo Lula contraria a opinião da maioria dos brasileiros e que Israel tem o direito de se defender, enquanto os reféns devem ser libertados.

Fonte: http://vistapatria.com.br

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