Uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre contratos públicos no Amapá lançou luz sobre os significativos repasses federais destinados à LCM Construção e Comércio. A empresa, que já vinha recebendo recursos do governo desde 2014, agora se encontra no centro de um inquérito que apura possíveis irregularidades.
Segundo dados do Portal da Transparência, a LCM possui contratos com a administração federal que somam mais de R$ 23 bilhões, abrangendo diversos estados brasileiros. O montante chama a atenção, especialmente o volume de contratos firmados em 2023, o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que ultrapassa a marca dos R$ 10 bilhões.
Em comparação, durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro, a LCM firmou acordos que totalizaram R$ 6,9 bilhões. A empresa, que surgiu após a Operação Lava Jato, expandiu suas atividades e passou a assumir grandes obras públicas, com alguns contratos alcançando R$ 3,1 bilhões entre 2014 e 2018.
A investigação da PF culminou em uma operação que teve como alvo o presidente da LCM, Luiz Otávio Fontes Junqueira. Em sua residência, localizada em Nova Lima (MG), foram apreendidos três veículos Porsche. De acordo com a Justiça Federal, Junqueira é suspeito de se beneficiar de direcionamento de licitações e de participar de um esquema de lavagem de dinheiro.
A suspeita é que Junqueira tenha movimentado R$ 680 mil em saques fracionados por terceiros. A LCM também recebeu cerca de R$ 418 milhões provenientes de emendas parlamentares, dos quais R$ 71 milhões eram do chamado “orçamento secreto”. As operações da empresa abrangem quase todos os estados do país, com exceção de São Paulo e Goiás.
Em nota oficial, a LCM negou qualquer irregularidade nas licitações e na execução dos contratos sob investigação. “A empresa e seu diretor estão à inteira disposição das autoridades, confiando que os fatos sob investigação serão prontamente esclarecidos”, afirmou a empresa em comunicado.
Fonte: http://revistaoeste.com