Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado revela um alarmante aumento de 36% no número de tiroteios nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Salvador e Recife no primeiro semestre deste ano. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (21), apontam para um total de 253 confrontos armados, um salto em relação aos 186 registrados no mesmo período de 2024. A escalada da violência resultou em 108 mortes e 64 feridos, um aumento significativo em relação aos 80 óbitos e 60 feridos do ano anterior.
O estudo, que monitora 49 municípios nessas regiões, também expõe o impacto devastador das balas perdidas, com 20 vítimas. Particularmente preocupante é o aumento de 91% no número de crianças e adolescentes baleados, com 21 casos registrados e 11 mortes. “Este é um problema crônico que todos os dias coloca crianças na linha de tiro no Brasil”, lamenta Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado.
No Rio de Janeiro, áreas como Morro dos Macacos, Complexo do Fubá, Catiri e Complexo do Juramento se destacam como palcos de intensos confrontos desde 2024. Juntas, essas localidades concentraram 57% dos tiroteios e 36% das vítimas no primeiro semestre. Vila Isabel, na zona norte, também figura entre os bairros mais afetados, com 66 tiroteios registrados.
Em Recife, o relatório aponta para um aumento expressivo de tiroteios motivados por disputas entre grupos armados, saltando de um caso em 2024 para 18 neste ano. As vítimas colaterais também aumentaram, com 31 pessoas atingidas por balas perdidas em homicídios ou tentativas. A violência ceifou a vida de duas crianças, Helen Santos, de 4 anos, e Emilly, de 7 anos.
Salvador e sua região metropolitana registraram 81 tiroteios em meio a disputas entre grupos armados, o mesmo número do ano anterior. No entanto, os confrontos resultaram em um aumento no número de mortos, de 35 em 2024 para 45 neste ano, além de 28 feridos. Diante do cenário alarmante, o Instituto Fogo Cruzado reforça a urgência de medidas eficazes para mitigar a violência armada e proteger a população vulnerável.
O governo do Rio de Janeiro informou que não comentaria os dados do Instituto Fogo Cruzado. Recife e Salvador não responderam até o momento.
*Com informações de Solimar Luz, da Rádio Nacional
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br