Brasil Combate Hepatites: Mortalidade por B e C Cede Até 60% em Uma Década

O Brasil tem motivos para comemorar na área da saúde: um expressivo declínio na mortalidade por hepatites virais foi registrado nos últimos dez anos. Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, recém-divulgado, revelam uma queda de 50% nas mortes causadas por hepatite B e de 60% naquelas decorrentes da hepatite C, comparando os anos de 2014 e 2024.

Os números traduzem esse avanço em termos de saúde pública. O coeficiente de mortalidade por hepatite B caiu de 0,2 para 0,1 por 100 mil habitantes, enquanto o da hepatite C despencou de 1,0 para 0,4 por 100 mil habitantes no mesmo período. Em 2024, o país contabilizou 11.166 casos de hepatite B e 19.343 de hepatite C.

A redução da mortalidade por hepatite C está intrinsecamente ligada ao uso de antivirais de ação direta (DAA), conforme apontado pelo Ministério da Saúde. Estes medicamentos inovadores, que atuam bloqueando a replicação do vírus, apresentam taxas de cura superiores a 95% em tratamentos que variam de 12 a 24 semanas. Já a queda na mortalidade por hepatite B é creditada à ampliação da cobertura vacinal em todo o país.

Além disso, o boletim epidemiológico traz outros dados animadores. Entre crianças menores de 10 anos, os casos de hepatite A tiveram uma queda notável de 99,9%. A transmissão vertical da hepatite B (de mãe para filho) também apresentou uma diminuição importante: redução de 55% na detecção da doença em gestantes e de 38% nos casos em crianças com menos de 5 anos.

Um panorama geral dos últimos 24 anos revela a magnitude do desafio enfrentado pelo país. De 2000 a 2024, foram confirmados 826.292 casos de hepatites virais no Brasil, segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), sendo 41,5% de hepatite C, 36,6% de hepatite B, 21,2% de hepatite A, 0,6% de hepatite D e 0,1% de hepatite E. A distribuição geográfica dessas infecções variou conforme o tipo de vírus.

É importante ressaltar que a testagem para hepatite é oferecida gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Os testes podem ser rápidos ou laboratoriais, dependendo da indicação médica. A recomendação é que todas as pessoas com mais de 20 anos busquem o diagnóstico ao menos uma vez na vida, como medida preventiva e para garantir o acesso ao tratamento adequado, caso necessário.

Fonte: http://www.poder360.com.br

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